terça-feira, 25 de setembro de 2012

Coisas da Vida: Só na Multidão


Corrijam-me se eu estiver errado, mas todo mundo já se sentiu assim, não é? Eu, por exemplo, mesmo tendo os amigos maravilhosos que relatei alguns posts atrás, às vezes me sinto assim, sozinho. Sem ninguém que me entenda de verdade.

"Sobre estar só eu sei..."


É interessante que essa amiga de quem falei no post é absurdamente parecida comigo. Nós tivemos experiências de cunho emocional muito semelhante, reagindo de maneira parecida a várias situações, claro que isso tudo em contextos um pouco diferentes. Acho que isso até ajudou a ela se identificar em mim e eu nela. Só que há um detalhe essencial nisso: ela não é homossexual.

Por mais que a mulher ainda seja um gênero minoritário (não em questões numéricas, mas em questão social), não se compara à homossexualidade.

Às vezes vejo meus amigos superando seus cotovelos doloridos, seguindo em frente, arrumando novas namoradas, resolvendo seus problemas sentimentais. E eu aqui. Acho que, por mais que a situação deles seja difícil, ser hétero é muito mais fácil. O encaixe em um casal heterossexual é tão simples... Em qualquer lugar você pode achar um(a) potencial parceiro(a) e o máximo que pode acontecer é você levar um fora.

No meio homossexual não é assim tão simples. Não pode ser em qualquer lugar e nem com qualquer pessoa (não que héteros sejam todos devassos. Isso é só maneira de falar) e o máximo que pode acontecer não é só um fora. Há vários medos e imposições e preconceitos e energias e etc. em torno disso tudo.

Encontrar alguém pode ser um desafio homérico. Eu tenho tanto medo de tanta coisa... Morro de inveja desses jovens adolescentes que saem do armário e vivem sua vida bem resolvidos consigo mesmos, ainda que o mundo esteja caindo em suas costas. Eu sou qualquer coisa menos bem resolvido comigo mesmo.

E assim passo os dias. Sozinho, com uma perspectiva quase inexistente de ter alguém ao meu lado pra partilhar seja o que for. E, por mais que amizades verdadeiras sejam um tesouro inestimável, há coisas que elas ainda não podem oferecer.

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E, depois de um pequeno hiatus, estou de volta.

Estava com visitas em casa e tava impossível de acompanhar os poucos blogs que sigo, vá dizer atualizar aqui... Mas agora eu voltei mesmo.

Beijos, abraços e feliz equinócio atrasado.

4 comentários:

  1. Pois aí que entra o tal "gaydar" que todo gay deveria ter, e eu descobri que nasci sem, hahahaha!

    Eu entendo como se sente... às vezes falta um amigo "de gostos parecidos", mesmo quando se tem um namorado, ou amigos heteros. E nessas, tenho que confessar, jamais conheci outro gay por vias naturais. Apenas os virtuais, e aqueles vindos dos sites de relacionamento.

    Será que temos que sair mais (e observar mais), ou encarar o mundo GLS off-line?

    Abraços!

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    1. Então temos isso em comum. Se tenho o gaydar, este veio com um defeito muito sério...
      Abraço

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  2. Eu acho o seguinte: ser gay é apenas uma parte de você. Então, você é muito mais que essa parte. Ser sozinho, ou se sentir sozinho mais parece uma característica sua, que independe do fato de ser gay. Não sei se é o seu caso, mas pessoas mais introspectivas tem essa tendência a se sentirem sós. Eu sou um pouco assim, mas costumo “deixar rolar”. Eu vivo em um mundo absolutamente heterossexual e, mesmo que não devesse ser, bem preconceituoso. Mas quando eu me dou conta que sou muito mais que isso, acabo me sentindo bem. Não sei se você entendeu o que eu escrevi!

    Beijos.

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  3. É, mas pior que se sentir sozinho é parecer que vai sempre se estar sozinho... Não é só pelo fato de ser gay, mas tudo que envolve isso em nível de relacionamentos pessoais, saca?
    Abraço!

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