quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Coisas da Vida: Fora dos Padrões


O que é que faz de um gay um gay? Existe um "padrão gay" que dita como devemos ser?

Em homenagem ao aniversariante do dia, para ouvir enquanto se lê a postagem. Com vocês, Freddie Mercury de peitos. :p


Pelo menos na mídia brasileira, seja em novelas, programas de humor, minisséries, etc., há um tratamento quase fixo para personagens gay. Eles são extrovertidos, extravagantes, super afetados (observem que eu não digo nem afeminado. Tá mais pra afetado mesmo), sempre são o "comic relief" das tramas. E outro detalhe: nunca pegam ninguém.

É raro ver um gay com uma personalidade mais trabalhada, com um background interessante e comportamentos mais humanos nessa televisão (principalmente, mas outros meios também) brasileira. Há excessões. Sei de um personagem que tá nessa novela Avenida Central, mas não acompanho, então não tenho como saber. Mas é quase sempre essa visão distorcida e assexuada. E eu digo assexuada porque, apesar de às vezes até ter bastantes sexualidade em sua fala, isso fica só no papo mesmo.

Mas seria distorcida mesmo? Não quero criar polêmica logo no início do blog, mas é que às vezes parece que tem muita gente que se esforça pra reafirmar essa imagem. Nada contra, mas a partir do momento em que esse tipo de personalidade toma características menonímicas, passando a caracterizar toda homem homossexual, acho que isso se torna nocivo.

Cadê o espaço para a diversidade? Há muitos tipos de pessoas diferentes e o fato de ser "gay" não determina um tipo de personalidade. Claro que influencia muito na construção da personalidade, mas não é algo restritivo.

Completaria 66 anos hoje


Eu, por exemplo, na fase mais profunda da minha negação pensava mais ou menos assim "Curto muito rock'n'roll e tô cagando e andando pra essas divas da música pop. Não sou afetado e nem me visto seguindo tendências da moda, ando até bem bagunçado pra falar a verdade. Tenho tatuagem. Sou bem na minha e não gosto dessa gente expansiva e escandalosa. É claro que eu não sou gay". Como se isso tudo quisesse dizer alguma coisa...

E assim levanto umas questões para reflexão: Será que essa visão que a mídia tem dos homossexuais parte da mídia ou da própria sociedade? Será que isso é nocivo assim como foi para a minha auto-aceitação ou será que a minha cabeça que funciona de forma errada? Será que eventos como a Parada Gay ajudam ou prejudicam na aceitação homossexual por parte da sociedade geral? Ou será que são os homossexuais discretos e em seus devidos armários que são realmente nocivos, por não levantar bandeiras e defender mais agressivamente os seus direitos? (Por agressividade eu não quero dizer violência, viu?).


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E por hoje é só. Fiz um texto meio grande de novo, mas acho que esse vai ser o padrão do tamanho dos textos aqui do blog. Não consigo evitar. Acho que sou menos sucinto que eu pensava que fosse.

Aliás, há um blog que eu acompanho que parece ter uma visão sobre esse assunto um pouco parecida com a minha. Eu indico!

Acabei criando uma seção nova. Primeiramente, pensei em colocar em Coisas da Vida, mas achei que tinha um objetivo um pouco diferente do meu último post, então resolvi criar esta. De qualquer forma, apesar do título, ficam as duas marcações.

E, sobre o vídeo... será que ele contradiz o que eu disse no texto? Ou será que não?

Abraços, beijos e vida longa ao rock'n'roll!

2 comentários:

  1. A questão das novelas é bem simples: o gay "estereotipado" faz rir, e o gay "enrustido" apavora. Por isso há tantos do primeiro... a audiência não cai e se bobear, algum bordão vai pra boca do povo... Talvez a única novela que acertou o ponto foi o remake de Ti-ti-ti, mostrando a relação do cabeleireiro assumido (não era do núcleo cômico), com um surfista enrustido.

    O fato é que nossa atual sociedade ainda engatinha quando o assunto é homossexualidade, e acredito que um dos grandes fatores pra isso é a religião. Logo, a TV teme e não arrisca...

    Um dia as coisas mudam!

    Abraços!

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    1. Sim, estou ciente disto.
      Só é uma pena que aqueles que enchem tanto a boca para se auto-proclamarem artistas, na verdade sejam apenas máquinas do sistema, tementes em fazer qualquer coisa para a qual não foram programadas.
      Abraço!

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